O governo de Santa Catarina trabalha com a estimativa inicial de vacinar cerca de 2,8 milhões de pessoas contra o coronavírus em 2021, o que representa 38,6% da população do Estado, hoje em 7,2 milhões de habitantes.
O número equivale ao total de pessoas que pertencem aos grupos prioritários detalhados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) no plano de vacinação estadual.
A estimativa foi adiantada à reportagem pela superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Raquel Ribeiro Bittencourt, em entrevista na manhã desta terça-feira, dia 15.
"Nós temos uma população estimada para vacinação em todas as fases (no ano que vem) de 2,8 milhões de pessoas. São as que pertencem aos grupos prioritários", declarou.
Segundo a superitendente, o plano ainda não prevê a vacinação do restante da população.
Ainda segundo ela, a secretaria também não trabalha com datas para o início da imunização pois não há no país vacinas aprovadas pela Anvisa. Pelo mesmo motivo, o plano de vacinação catarinense não citará vacinas específicas, informou.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, o plano de imunização estará alinhado ao que prevê o Ministério da Saúde.
O documento do governo federal estima em cerca de 108 milhões as doses necessárias para a vacinação prioritária, que cobrem 51 milhões de brasileiros, menos de um quarto da população, hoje em 212 milhões de habitantes.
O Ministério da Saúde tem afirmado que já garantiu 300 milhões de doses de vacinas Covid-19 para o país. Cada pessoa necessita de duas doses da vacina.
Grupos prioritários
Conforme Raquel Bittencourt, seguindo o que prevê a coordenação nacional, primeiro devem ser vacinados os trabalhadores da saúde, a população idosa a partir dos 75 anos de idade, as pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e a população indígena.
Na segunda fase, serão vacinadas as pessoas de 60 a 74 anos. Já a terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença, entre os quais portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares, entre outras. A quarta e última fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional. A estimativa do governo catarinense é que as quatro fases de vacinação sejam concluídas em 2021.
A superintendente de Vigilância em Saúde da SES também adiantou que Santa Catariana pretende utilizar as 1,8 mil salas de vacinação dos municípios para as campanhas, e que também estuda levar as doses a locais fora dos pontos de vacinação, para evitar o risco de contágio.
Governo inclui coronavac em ‘plano B’ para vacinação
O governo catarinense tem reafirmado que atuará alinhado ao Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, mas admite trabalhar com um “plano B” caso o número de doses disponibilizadas pelo governo federal seja insuficiente para vacinar os grupos prioritários. Nesta semana, a CoronaVac, desenvolvida pela fabricante chinesa Sinovac, entrou no radar do governo.
O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Raquel Ribeiro Bittencourt, participaram de reunião com representantes da empresa nesta terça. Segundo a SES, o governo trabalha com a possibilidade de comprar doses do imunizante diretamente da Sinovac.
"A gente está estimando que o Ministério da Saúde não vai ter condições de entregar para cada estado o quantitativo de vacinas necessário, então estamos trabalhando com opções para um 'plano B'", disse Raquel Bittencourt.
A tratativa, porém, ainda está em fase bastante inicial. Segundo Raquel, o governo catarinense solicitou informações técnicas aos representantes da Sinovac e aguardará a manifestação deles para avaliar a sequência da tratativa.