Nesta terça-feira, dia 23, na série de sabatinas com os candidatos à Presidência da República, no Jornal Nacional, os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, entrevistaram Ciro Gomes (PDT) durante 40 minutos, ao vivo, na TV Globo. Ao fim da conversa, o político teve um minuto para prestar suas considerações finais.

Renata iniciou as perguntas a Ciro, questionando-o sobre as “palavras duras” que tem usado para se referir aos demais concorrentes nas eleições. O candidato disse que irá rever essas situações, mas ressaltou muitas vezes elas surgem do regionalismo, que faz com que diferentes regiões não entendam os termos ditos por ele.

 De acordo com Ciro, seu plano de governo pretende propor mudanças de renda mínima nos seis primeiros meses e ampliar a negociação com governadores e prefeitos em todo país.

Ciro diz querer mudar o modelo econômico para conseguir alianças com outros partidos, já que nesta eleição, o PDT não se associou a nenhuma outra sigla.

 “Eu represento um regime abolicionista dentro de um regime escravista. [...] O modelo econômico deles produz desigualdades. A política não pode ser essa coisa odienta, entre Bolsonaro tentando evitar a corrupção que o PT instaurou”, disse.

 Reeleição

 Questionado por Bonner sobre uma promessa de não concorrer à reeleição caso for eleito, Ciro reafirmou que abrirá mão se for o caso, destacando que a reeleição é que “destruiu a governança da política brasileira [...] o presidente fica com medo dos conflitos porque quer agradar todo mundo, para fazer a reeleição. O presidente se vende a esses grupos picaretas da política brasileira [...] porque tem medo de CPI, porque querem se reeleger” disse.

 “Há uma grande massa de brasileiros que tão votando no Lula porque querem se livrar do Bolsonaro [...] e se esquecem que amanhã tem um Brasil aqui para governar”, destacou Ciro.

Meio ambiente

Questionado por Bonner sobre o que fará se eleito, para tratar os danos ao meio ambiente, Ciro disse que não é apenas a repressão que resolve. “Zoneamento econômico e ecológico, estabelecer com mapeamento, aqui pode, aqui não pode. A Amazônia chama atenção do mundo, mas o Pantanal, por exemplo, também está sofrendo, entre outros biomas [...] aprender que a floresta vale muito mais em pé do que derrubada”, disse.

“Minha tarefa é projetar o Brasil para os próximos 30 anos”, ressaltou Ciro, falando de outro tema, ao dizer que quer igualar o país a Portugal, com uma melhor vivência a população. “A algema vai voltar a funcionar no primeiro dia do meu governo, disso não duvidem”, declarou.

Segurança pública

 Ao citar o tema segurança pública, Gomes comentou sobre o Brasil ter apenas 11.600 policiais atualmente. O candidato disse que a proposta de seu governo se difere da atual, no qual pretende “estabelecer bases tecnológicas e científicas para padronizar a abordagem, que pode até mesmo antecipar manchas de crime e chegar antes que ocorram assaltos e homicídios”, contou, dizendo que também vai realizar a federalização das figuras penais.

Considerações finais

Ao chegar no minuto final, Ciro citou que quer propor a ‘lei anti ganância’, que conheceu na Inglaterra, relacionando a questão ao crédito pessoal e cheque especial, porém não detalhou qual o objetivo do projeto.

“Vamos nos esperançar de novo. Você que vota no Bolsonaro porque não quer o Lula de volta, me dá uma chance! Você que vota no Lula porque não quer mais o Bolsonaro, há um país para governar, me dê uma oportunidade. E você indeciso, sabe quantos são vocês? Mais da metade da população. Tá na mão de vocês mudar o Brasil”, finalizou ao ser interrompido pelo cronômetro.  

Próximos candidatos

Os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto foram convidados pela TV Globo. O critério foi a pesquisa divulgada pelo Datafolha e a ordem das entrevistas foi definida por sorteio.

 

Cada entrevista está marcada para iniciar às 20h30. Confira as datas dos próximos candidatos:

▪ Quinta-feira (25/8): Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

▪ Sexta-feira (26/8): Simone Tebet (MDB)