Um sofisticado restaurante em Singapura serviu no jantar um peito de frango cultivado in vitro de uma startup americana, como uma amostra dos novos produtos que a empresa teve autorização para comercializar no país. De acordo com o site Suinocultura, o evento em que foi servido o alimento celebrou o aniversário de um ano da primeira aprovação regulatória da mesma empresa no país, que fez história como o primeiro governo a dar a permissão de servir carne feita em laboratório. 

Segundo o site, esse é um marco, pois o consumo de carnes será desta forma nas próximas décadas e também já é notório o aquecimento de um mercado que já envolve pelo menos dez países, segundo o The Good Food Institute (GFI), movimentando foodtechs e grandes companhias. 

De acordo com a entidade, foram constatados no último mapeamento mais de 70 empresas pelo mundo. Só em 2020, o setor recebeu 360 milhões de dólares em investimentos, seis vezes mais do que em 2019.

Esses números prometem crescer ano a ano: a projeção da consultoria alemã AT Kearney, por exemplo, é de que em 2040 cerca de 35% da carne consumida globalmente seja produzida em laboratório.

Como funciona

Primeiro, é retirada uma pequena amostra de tecido do animal vivo (bovinos, suínos, frango ou pescado), por biópsia ou a partir de uma célula embrionária. Em uma placa de cultivo fora do animal, essa amostra é alimentada com nutrientes e fatores de crescimento, para que se multiplique em meio a um substrato até compor um tecido completo.

Tudo isso acontece dentro de biorreatores, equipamentos que funcionam como um vaso onde a célula poderá se multiplicar. De forma geral, a indústria de alimentos já está habituada a usar biorreatores ─ na produção de iogurtes, queijos e cervejas, por exemplo.