O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro a discursar na sessão de abertura dos debates da 77ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira, dia 20, em Nova York. O político usou o tempo de fala para fazer uma defesa de seu governo, citando o sucesso no combate a pandemia, o agronegócio, além de fazer críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário nas eleições de outubro.
Bolsonaro iniciou o discurso trazendo uma imagem positiva da atuação do governo durante a pandemia de Covid-19, que registrou mais de 685 mil mortes no Brasil. Deu destaque ao programa de vacinação, à produção nacional de vacinas e ao fato de 80% da população ter sido vacinada.
O presidente usou boa parte do tempo para dizer que a economia do Brasil está indo bem, destacando indicadores positivos no campo econômico e culpando a pandemia pela crise. "A pobreza aumentou em todo o mundo sob o impacto da pandemia", disse ele. "E no Brasil ela já começou a cair."
Meio ambiente e agronegócio
No tema do meio ambiente, Bolsonaro deu destaque ao fato de que a matriz energética brasileira não é dependente de recursos fósseis e comparou a cobertura vegetal do país com a de outras nações. Também criticou a cobertura da imprensa quanto aos problemas ambientais sofridos pelos país e defendeu a exploração econômica da região.
"Em matéria de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o Brasil é parte da solução e referência para o mundo", disse o presidente.
Bolsonaro também deu grande destaque ao agronegócio brasileiro, dizendo que ele é o "orgulho nacional".
Críticas ao adversário
O atual presidente afirmou que seu governo "extirpou a corrupção sistêmica que existia no país" e o fato de que o Brasil caiu em ranking de combate à corrupção em 2021.
Também culpou a esquerda e o ex-presidente Lula pelo endividamento da Petrobras, e disse que o "responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade". O presidente também fez críticas à Venezuela, outro país em crise que costuma tomar como exemplo de governo de esquerda.
Bolsonaro também falou em "defesa da família", em "direito à legítima defesa", armamento da população civil e direito ao aborto.
"Valores fundamentais para a sociedade brasileira, com reflexo na pauta dos direitos humanos, são a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero", afirmou.
Também deu destaque às manifestações de 7 de setembro, encerrando o discurso com a afirmação de que "foi a maior demonstração cívica da história do nosso país, um povo que acredita em Deus, pátria, família e liberdade".