Com o prazo para registro de candidaturas encerrado na última segunda-feira (15), desde terça-feira (16) a campanha eleitoral começou para valer, conforme levantamento realizado pelo ND+ do perfil dos 913 candidatos em Santa Catarina que disputam as 16 vagas na Câmara Federal e 40 na Alesc (Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina).
Os 307 postulantes à bancada federal catarinense participam de uma espécie de vestibular em que há uma média de 19,19 candidatos por vaga. Outros 606 disputam uma das 40 vagas à Alesc, o que resulta em uma média de 15,15 candidatos por vaga.
A maioria dos candidatos que buscam as vagas no Legislativo está na faixa etária dos 40 a 49 anos, são 209 candidaturas o que equivale a 31,95% dos postulantes.Laudelino de Souza Cardoso, o Pastor Laudelino das Vans (Patriota), que fará 81 anos no dia 9 de setembro, é o candidato mais velho. O mais jovem é Arthur Cesconetto Souza, 20 anos, do PCO.
Ao que tudo indica, os partidos conseguiram cumprir com folga a cota de mulheres, com elas representando 36,68% dos candidatos às vagas nos Legislativos federal e estadual, enquanto 66,32% das candidaturas são do sexo masculino.O número de candidatas é maior para os cargos legislativos. Em Santa Catarina, são 303 candidatas – 108 delas disputam vagas para a Câmara dos Deputados e 195 para a Assembleia Legislativa. Já para o Senado, a quantidade é menor: apenas três candidatas entre os 53 inscritos.
Dos candidatos, 82,7% se consideram de cor branca e 16,39% disseram que são negros e pardos. Entre as ocupações, a profissão de advogado predomina com 88 candidatos, seguido por 57 empresários e 39 administradores.De olho da reeleição
Dos 16 deputados federais eleitos em 2018, apenas dois não concorrerão a reeleição: Rogério Peninha (MDB) e Celso Maldaner (MDB). Enquanto 27 dos 40 deputados estaduais que entraram nas eleições gerais há quatro anos tentarão se manter na Alesc.Por falar em Alesc, dos 13 que não irão disputar uma vaga no Legislativo estadual: quatro não concorrerão a nenhum cargo, enquanto os outros nove buscam a Câmara Federal e o Senado.
PL com mais candidatosO PL é o partido com o maior número de candidatos: 61 no total. Seguido do União e do Patriota com 58, além de PTB e PDT, ambos com 55. O partido com menos candidatos é o UP, com apenas uma candidatura.
Para Julian Borba, professor de Ciência Política da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a forte presença de candidatos da base partidária do presidente Jair Bolsonaro (PL) é um reflexo do que aconteceu em 2018.
Segundo ele, o fortalecimento desses partidos, aliados ao fato do primeiro pleito eleitoral com o fim das coligações das eleições, incentivou o lançamento de candidaturas.“Obviamente como estes (partidos) tiveram desempenho eleitoral bom em 2018, e mesmo que tenha ocorrido uma mudança significativa de partidos durante a legislatura, ou seja, muitos parlamentares que foram eleitos, por exemplo, pelo PSL em 2018 migraram para partidos obviamente que continuam na base de apoio”, analisou
Borba reforçou que “como boa parte foi para o PL, por exemplo. Então o fato desses partidos terem sido fortalecidos na eleição de 2018 faz com que essa base de apoio lance mais candidatos”.
Outro ponto observado pelo professor é o fato de ser a primeira eleição que pode ter o efeito direto do fim das coligações nas eleições proporcionais.“Isso incentivou que os partidos lançassem mais candidatos pelo fim das coligações e, obviamente, como esses partidos da base de Bolsonaro, pelo fato dele ter um ter sido o mais votado aqui no Estado serem partidos já com o número de parlamentares alto, com uma base forte, isso refletiu no número maior de candidaturas”, completou.
