Entre 2015 e 2021, foram produzidos 28.255.364 exames de mamografia via SUS. Durante a pandemia, houve queda neste número, registrando redução nacional de 40% de 2019 para 2020 e de 18% de 2020 para 2021.
“Os impactos desta pandemia aliados à falta de priorização em investimentos na saúde feminina se traduzem em números que vão prejudicar diretamente a saúde das brasileiras pelos próximos anos”, afirma Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.
A pior taxa de cobertura mamográfica é a do Distrito Federal, com 4%. As melhores são de Alagoas e Paraná, ambos com 35%.
Mais de 437 mil mulheres realizaram procedimentos quimioterápicos no país no período analisado, entre 2015 e 2021.
O levantamento ainda apontou que nos últimos anos aumentou o número de diagnósticos tardios. Em 2015, por exemplo, o índice era de 35%; em 2021, passou para 45%.
“Ao observarmos dados que revelam a deficiência de políticas públicas para a saúde das mamas durante a Covid-19, podemos prever que mais mulheres chegarão ao SUS com diagnósticos avançados, menores chances de cura e de qualidade de vida”, explica Daniela.
Entre as mulheres que fizeram quimioterapia em 2021 para câncer de mama, 45% delas receberam o diagnóstico em estágio avançado, representando 157 mil casos em estadiamento III e IV.
Mais de 60% de todas as mulheres diagnosticadas no país iniciaram as terapêuticas após o prazo que determina a Lei 12.732/12, que garante às pacientes o início do primeiro tratamento em até 60 dias a partir da confirmação do câncer.
O tempo médio no país em 2020 foi de 174 dias entre a confirmação do diagnóstico e o início do primeiro tratamento. As pessoas esperaram 114 dias a mais do que o previsto na lei para iniciar seus tratamentos.