Os rivais da McLaren na Fórmula 1 apostam que testes mais rígidos nas asas dianteiras podem ajudar a reduzir a diferença para os atuais líderes neste fim de semana no Grande Prêmio da Espanha.
Apesar de os pilotos da McLaren, Oscar Piastri e Lando Norris, se mostrarem confiantes de que pouco mudará, outras equipes permanecem céticas.
As equipes foram informadas em janeiro que os testes de flexibilidade das asas dianteiras começariam em 1º de junho, após as asas traseiras passarem a ser mais fiscalizadas com o início da temporada em março.
Com isso, os times precisaram redesenhar suas asas dianteiras para torná-las mais rígidas, o que impacta diretamente a aerodinâmica dos carros.
“Barcelona está no radar de todo mundo no paddock por causa da nova regulamentação das asas dianteiras”, comentou Fred Vasseur, chefe da Ferrari, equipe que ocupa a quarta posição no campeonato, apenas um ponto atrás da Red Bull. “Estamos trabalhando nisso há muito tempo e isso pode mudar o jogo para todos, já que não sabemos qual será o impacto específico em cada equipe”.
A McLaren, atual campeã e vencedora de seis das oito corridas da temporada, lidera o campeonato de construtores com uma ampla vantagem de 172 pontos sobre a Mercedes. Para a equipe, no entanto, o traçado de Barcelona, com curvas de alta velocidade, pode ter mais impacto do que as mudanças no regulamento, já que não favorece naturalmente seu carro.
Os rivais, porém, estarão atentos.
“Não sabemos como isso afetará os outros. É uma mudança significativa”, afirmou Christian Horner, chefe da Red Bull, cujo piloto Max Verstappen busca sua quarta vitória consecutiva no GP da Espanha. “Claro que os times já anteciparam isso, então pode ser que o efeito seja neutro — ou que tenha impacto na degradação dos pneus... de qualquer forma, certamente não torna as coisas mais fáceis.”
O circuito de Barcelona exige alta pressão aerodinâmica e oferece poucas oportunidades de ultrapassagem, embora os fãs esperem por uma corrida mais animada do que o desfile sem ultrapassagens visto em Mônaco.
“Será interessante ver quem interpretou melhor esse novo desafio e se ele vai alterar a hierarquia atual de competitividade”, disse Andrea de Zordo, diretor técnico da Haas.
Na liderança do campeonato, Oscar Piastri está apenas três pontos à frente de Norris, que vem embalado após a vitória no último domingo em Mônaco. Norris venceu as duas últimas corridas, embora Piastri ainda lidere em vitórias totais, com quatro contra duas. O britânico, aliás, ainda guarda mágoas da corrida do ano passado na Espanha, quando largou na pole, mas perdeu a liderança para Verstappen logo na largada.
O heptacampeão Lewis Hamilton, que já venceu seis vezes em Barcelona, busca sua primeira vitória pela Ferrari — além do sprint de Xangai — desde que deixou a Mercedes no início do ano. A Mercedes, por sua vez, quer se recuperar após sair zerada de Mônaco com George Russell e Kimi Antonelli.
O bicampeão mundial Fernando Alonso, grande nome espanhol, contará com forte apoio da torcida e espera encerrar seu pior início de temporada em uma década, ainda sem marcar pontos após oito corridas. Já Carlos Sainz retorna ao GP de casa vestindo as cores da Williams, após perder a vaga na Ferrari para Hamilton.
O futuro do GP da Espanha também está em jogo: o contrato com Barcelona vai até 2026, mas Madri deve começar a sediar a prova já no próximo ano. Alonso, que nesta semana se tornou embaixador do circuito catalão, defende a permanência da pista no calendário.
Sainz, por sua vez, cumpre papel semelhante promovendo o novo circuito em Madri, adicionando uma pitada extra à rivalidade amigável entre os dois.